Geometria, Som e Música - Introdução

Será possível escutar geometrias quando se ouve música? Da mesma forma, será possível ler sons numa peça geométrica? E será possível ouvir a forma de um tambor? Serão estes os enigmas que lançam a disciplina da geometria em mais um desafio – a sua relação com o som e com a música. Desde os povos da antiguidade que a música é entendida como forma de magia e invocação, ainda hoje o seu efeito potencia interessantes viagens sonoras. Esta viagem tomará como passageira a geometria e será estudada segundo várias perspectivas. Debrucemo-nos naquilo que define som e música:

Som não é mais que energia em vibração transmitida pelo ar e recebida pela nossa membrana auditiva.
Música é uma sucessão de sons encadeados temporalmente e organizados segundo uma métrica precisa, ou se quisermos, um conjunto de vibrações baseadas em cálculos geométricos e proporções precisas.

Caméléon Pontique atribui a origem da música ao canto das aves; Lucrécio ao vento formado nas canas das plantações e Zarlino afirma que a sua origem está associada ao som da água. Da mesma forma, Jubal é considerado o inventor da música instrumental, o pai de todos os que tocam lira, que ao escutar os sons produzidos por martelos encontra na música as proporções dos seus intervalos.

Ilustração de Franchinus Gafurius
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